terça-feira, 30 de junho de 2009

SAIBA COMO DIZER "NÃO"

Por: Sandy Mayle


Eu odeio dizer “não” aos meus filhos. Não gosto de ser a desagradável voz da razão e temo o início de uma batalha.

Acho que não sou a única. Nossas razões podem variar, mas poucos pais gostam de se opor a seus filhos ou negar-lhes seus desejos. Uma vez ouvi um conhecido professor da Bíblia dizer em uma palestra que se opunha ao legalismo e a regras opressoras: “De fato, minha esposa e eu determinamos que nunca vamos dizer ‘não’ a nossas filhas, a menos que seja absolutamente necessário”. Parecia um bom plano, mas quando eu o apliquei mentalmente à nossa família, não obtive o efeito esperado. Havia muitas vezes em que o “não” parecia absolutamente necessário.

Às vezes eu achava que tínhamos que ter sido mais durões quando nossos três filhos eram pequenos. Mas agora que eles são adolescentes, tivemos que traçar limites para um grande número de novos assuntos – mídia, namoro, amigos, horários; só para citar alguns.

Um pastor amigo nosso me disse recentemente que a música se tornou um assunto de discussões muito acaloradas na sua casa, mas que enfim levou a uma discussão madura em família. Quando as opiniões foram expressas e as diretrizes estabelecidas, ele conta, “houve raiva e lágrimas”.

Embora seja difícil dizer “não” para meus filhos, sei que muitas vezes é o modo bíblico de educá-los. Hebreus 12:11 diz que quando somos corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria. Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida correta e de paz. O “mais tarde” é a razão pela qual meu marido e eu não consideramos o “não” como um pronunciamento inteiramente negativo.

Ouça primeiro, negue depois - Há muitos anos, eu estava conversando com um amigo do lado de fora da igreja quando, de repente, meu filho pequeno começou a correr em direção à rua.

“Jamie!” Eu o chamei em tom de urgência. Imediatamente ele mudou o curso. Nosso pastor viu a resposta do meu filho ao chamado e disse: “As crianças precisam aprender a obedecer imediatamente, como ele fez, porque numa situação de vida ou morte, não há tempo para explicar.”

Quando meus filhos eram pequenos, o “não” era curto, firme e inegociável. Ele era colocado facilmente e, como meu pastor notou, apenas a explicação ou a justificativa mais básica eram necessárias. Mas conforme eles ficaram mais velhos, o modo como dizemos “não” tem mudado. Dificilmente ele é dado do mesmo jeito duro que falei com Jamie naquele domingo.

Certamente sou tentada a responder desse jeito com muito mais freqüência do que o faço. Mas quando um filho me traz uma crítica cristã sobre o mais recente filme secular e pergunta, “Mãe, você pode ler isto e ver se eu posso ir?”, ou outro diz, “Mãe, quero lhe perguntar algo, e quero que não diga nada até que eu tenha terminado”, eu tento engolir a resposta pronta nos meus lábios. Seus pedidos normalmente são razoáveis, então preciso ouvi-los para que o meu “não” – se esta for a resposta – venha, não com irritação, egoísmo ou de uma mente teimosa e fechada, mas de um desejo verdadeiro de proteger meus filhos.

Flexível, porém firme - Meu filho mais novo adora TV a cabo. “Se tivéssemos TV a cabo, eu poderia assistir a todas as corridas da NASCAR, não apenas as que passam nos canais abertos”, ele lamenta. Mas o cabo continua desconectado porque, pelo menos na nossa vizinhança, esta conexão também incluiria programas bem menos desejáveis.

“Posso entrar no MSN mais tarde hoje? Ninguém está lá tão cedo”, outro filho costumava pedir. Mas já tivemos problemas o suficiente com material questionável na internet, e meu marido e eu nos convencemos da necessidade da restrição de horário.

Descobrimos que precisamos mudar de marcha periodicamente nestes assuntos. Uma vez usamos um software que filtra material indesejável, mas agora usamos um programa que grava e classifica a atividade da internet para avaliação de terceiros (neste caso, dos pais).

Sentimo-nos à vontade dando aos nossos filhos um pouco mais de responsabilidade pelo que eles fazem no computador, e tendo conhecimento de que estaremos verificando de vez em quando. O mesmo se dá para nossas regras sobre namoro e horários: nós seremos firmes, com a promessa de sermos flexíveis conforme crescerem e mostrarem que podemos confiar a eles maiores responsabilidades.

Meus filhos protestam contra os limites? Às vezes. Mas deixá-los soltos na internet ou na TV é o equivalente a acenar para o pequeno Jamie enquanto ele andava em direção à rua movimentada e dizer: “Cuidado, querido. Já vou parar de conversar e ver o que você está fazendo.”

Algum dia eles estarão soltos no trânsito da vida moderna. E queremos que eles saibam como se proteger e como proteger aqueles a quem amam, mesmo quando não gostarem.

A quem prestamos contas - “Mãe, a censura é de 13 anos. Eu tenho 14. Os meus amigos riem de mim porque não posso ir.” Na mente do meu filho, as classificações, filtros e outras “diretrizes” da mídia são perfeitamente confiáveis. Mas depois de alugar um ou dois filmes liberados para 13 anos, tornou-se dolorosamente óbvio para mim que o sistema de classificação da indústria não é confiável para ser nossa fonte de autoridade a respeito de um conteúdo aceitável. O que nossa cultura considera aceitável para um menino de 13 anos é muito diferente do que queremos que nossos adolescentes vejam. Na verdade, mesmo outras famílias cristãs têm padrões que variam muito nesta área.

Depois de um longo período de conflito, foi um momento divisor de águas quando (como o da família daquele pastor) acabamos sentando no nosso quarto e discutindo os vários elementos negativos dos filmes e estabelecendo onde e por que os limites seriam respeitados.

Isto foi há mais de um ano. Recentemente, encontrei nossas diretrizes escritas dentro de uma gaveta e as reli. Temos seguido-as de perto. Elas não resolveram tudo, mas nos impediram de reacender discussões sobre os mesmos assuntos.

Algumas vezes as circunstâncias nos pressionam a avaliar nossa posição. Algumas vezes os argumentos de nossos filhos ameaçam desgastar nossa resolução. Mas o apóstolo Paulo escreveu. “Não se amoldem ao padrão deste mundo” (Romanos 12.2). Não devemos deixar o mundo pensar – e cuidar dos filhos – por nós.

Não acontece com freqüência, mas já fui desafiada ao ponto de dizer “Não, e não. Seria mais fácil dizer sim, mas realmente não pode ser dessa forma. Um dia terei que responder a Deus pelas minhas decisões, e não acho que é isso que Ele quer”.

A Palavra de Deus diz: “Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus” (Romanos 14.12). Quero que meus filhos aprendam que restrições baseadas na vontade de Deus não são baseadas na opinião ou preferência dos pais. Elas são derivadas da aplicação da Palavra de Deus através do Espírito Santo para as vidas de nossos filhos da melhor maneira que possamos compreender. Elas nascem de nossas orações e meditações, e de ouvir a voz de Deus.

Na minha cômoda há uma ficha de arquivo, já gasta, lembrança de uma temporada de conflito em nossa família. Quando eu estava sobrecarregada com os confrontos regulares com filhos irados e determinados a me vencer, estes versos me deram tremendo conforto:

“‘Não fique aterrorizado por causa deles, senão eu o aterrorizarei diante deles. E eu hoje faço de você uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e um muro de bronze. (...) Eles lutarão contra você, mas não o vencerão, pois eu estou com você e o protegerei’, diz o Senhor”(Jeremias 1.17-19).

Dizem que os pais que amam um ao outro dão a seus filhos senso de segurança e um padrão salutar para o futuro. Certamente isto é verdade. Mas a consciência de que os pais estão agindo debaixo da autoridade maior de um Deus amoroso e protetor, realmente completa o quadro.

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Sandy Mayle é mãe de três rapazes adolescentes e mora em Erie, Pensilvânia, Estados Unidos.

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Extraído do site Cristianismo Hoje

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